A China pediu que o governo do Vietnã garanta a segurança do povo chinês e atue para interromper a onda de saques e incêndios a empresas de Pequim. O Ministro do Comércio da China, Gao Hucheng, irá se encontrar com o representante vietnamita ainda nesta sexta-feira para discutir a situação, disse o porta-voz do ministério chinês Shen Danyang.
A tensão entre os dois países aumentou depois de Pequim enviar uma sonda de perfuração para explorar petróleo em uma área de disputa internacional, que Vietnã considera como seu território. Em represália, nos últimos dias multidões de vietnamitas saquearam e incendiaram dezenas de fábricas em estados industriais próximos à cidade de Ho Chi Minh. Ao menos duas pessoas morreram quando os manifestantes invadiram uma siderúrgica no Vietnã para protestar contra a China.
Na quinta-feira, o aeroporto de Ho Chi Minh estava lotado de chineses e taiwaneses em busca de voos para fora do país. Segundo Shen, até o momento mais de 90 chineses ficaram feridos por causa dos protestos. Esse número pode incluir taiwaneses, que também sofreram ataques durante as manifestações.
Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores da China disse que Wang Yi telefonou para o ministro Pham Binh Minh, do Vietnã, para expressas o forte repúdio aos protestos. “O Vietnã tem uma inescapável responsabilidade pelas ações de elementos fora da lei, que atacaram empresários e indivíduos chineses”, disse Wang.
Na noite de ontem, o primeiro-ministro do Vietnã, Nguyen Tan Dung, enviou uma mensagem de texto a milhões de cidadãos insistindo para que eles ajam em defesa da soberania, mas alertou que o governo não permitirá que “maus elementos” promovam ações extremistas, as quais prejudicam os interesses e a imagem do país.
Mesmo assim, a mensagem não condena diretamente os protestos desta semana. O texto foi enviado por grandes operadoras de telefonia celular, que são estatais. “O primeiro-ministro solicita e convoca todo vietnamita a levantar seu patriotismo para defender a soberania da pátria sagrada com ações em linha com a lei”, diz a mensagem. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.