Um tribunal chinês sentenciou oito pessoas à morte nesta segunda-feira (8), consideradas responsáveis por liderar grupos terroristas e por detonar explosivos em dois ataques que deixaram 46 mortos na região de Xinjiang, extremo leste do país, onde vive a minoria muçulmana uigur, informou a mídia estatal.
A violência ligada aos conflitos de Xinjiang mataram cerca de 400 pessoas dentro e fora da região nos últimos 20 meses. Pequim diz que os ataques são trabalho de separatistas radicais com ligações externas, embora críticos e defensores dos direitos humanos digam que os uigures sofrem sob o repressivo governo da maioria Han.
A maioria dos ataques é contra alvos do Estado, como delegacias de polícia, postos de verificação militares e prédios do governo, mas recentemente ocorreram também ações contra civis, como um ataque com faca contra grandes grupos de pessoas ou a explosão de bombas em estações de trem e áreas comerciais.
No dia 30 de abril, o presidente chinês Xi Jinping estava encerrando uma viagem pela região quando houve uma explosão na capital regional Urumqi, matando três pessoas, dentre elas dois participantes do ataque.
De acordo com a CCTV, dois homens foram sentenciados à morte pelo ataque à estação. Os réus disseram à emissora estatal de televisão que foram instruídos por um homem fora da China para realizar o ataque. A CCTV disse que o homem tem conexões com o Movimento Islâmico do Leste do Turcomenistão, grupo que a China considera uma organização terrorista.
Cerca de três semanas mais tarde, no dia 22 de maio, quatro homens jogaram utilitários esportivos (SUVs) contra um mercado lotado no centro de Urumqi e lançaram explosivos pelas janelas dos veículos, matando a si mesmos e a outras 39 pessoas.
Dilxat Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigur, sediado em Munique, disse que as duras sentenças tiveram motivação política e que os réus não tiveram um julgamento justo. “A China nunca vai buscar as causas em suas políticas étnicas extremas.”
As autoridades responderam aos ataques intensificando a repressão contra a violência em Xinjiang, onde a segurança já era mais acentuada desde os tumultos em Urumqi, em 2009, que deixaram cerca de 200 mortos.
Embora Pequim afirme que não há falhas em suas políticas étnicas, a liderança do país fez alguns ajustes e concordou em fornecer educação superior gratuita no sul de Xinjiang, que tem a maior concentração de uigures, além de prometer emprego para pelo menos um integrante de cada lar, na região fortemente acometida pela pobreza.
Fonte: Associated Press.