China começa a cremar corpos de vítimas do terremoto

Centenas de vítimas do terremoto que atingiu a região noroeste da China, na última quarta-feira (14), começaram a ser cremadas hoje. Uma medida que forçou os tibetanos a quebrarem uma tradição de centenas de anos no cerimonial de enterro. Cerca de mil monges estavam presentes na área próxima da montanha Jiegu, região mais atingida pelo tremor, para entoar cantos budistas enquanto os corpos eram queimados.

Notícia mais recente da agência chinesa de notícias Xinhua informa que o número de mortes provocadas pelo terremoto na China chega a 1.484 pessoas. Ao mesmo tempo em que os corpos são cremados, as equipes de resgates mantêm as buscas nos escombros na tentativa de encontrar sobreviventes.

O tremor atingiu uma área de etnia tibetana, onde a população normalmente realiza um ritual de enterro, no qual os corpos são dissecados, cortados e colocados em uma plataforma para serem devorados por urubus. Entretanto, o monge Zewang Jimei alertou que, diante do enorme número de corpos, seria impossível manter a tradição. O monges presentes durante a cremação não souberam dizer o número exato de corpos que seriam incinerados.

As doações continuam a chegar no país, através da principal e única estrada livre na província Qinghai. Mas o vice-ministro dos Transportes, Gao Hongfeng, disse em entrevista coletiva que há previsão de chuvas e neve para os próximos dias, o que pode dificultar o transporte dos produtos até as vítimas do terremoto.

A polícia informou que aumentou a vigilância nas áreas onde são feitas as entregas das doações. “Responderemos severamente aos saques de bens de pessoas atingidas por este desastre e a roubos a propriedades de vítimas do tremor”, disse o subchefe de polícia da província, Liu Tianhui, em coletiva realizada hoje, em Jiegu. Para ele, o maior desafio será trazer água potável e alimentos para cerca de 100 mil pessoas que estão na área atingida pelo terremoto.

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