As autoridades chinesas apreenderam 8 mil rolos de papel higiênico e outras 20 mil embalagens de lenços impressos com caricaturas do diretor-executivo da província de Hong Kong, Leung Chun-ying. Os itens seriam vendidos em um mercado durante o Ano Novo chinês, ainda em fevereiro, de acordo com Lo Kin-hein, vice-diretor do Partido Democrático de Hong Kong, responsável pelos objetos.

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De acordo com Lo, nenhum motivo foi dado para a apreensão de US$ 12,9 mil em bens. “Eu acho que (as autoridades chinesas) não gostam de pessoas brincando com os membros do governo, especialmente os de alto escalão após o movimento. Eles se tornaram mais cautelosos sobre as críticas que recebem”, disse.

A apreensão ocorreu semanas após Hong Kong ser revirada por um grande protesto pró-democracia nos últimos meses. Os manifestantes ocuparam o centro financeiro da província semiautônoma durante semanas, demandando maiores liberdades eleitorais do que Pequim está disposta a oferecer. Durante os protestos, Leung foi alvo da frustração dos cidadãos, que o consideram uma marionete do governo central.

O partido havia comercializado 4 mil rolos de papel higiênico com as imagens de Leung no ano passado e decidiu produzir ainda mais. As imagens do líder eram caricaturas. Em uma delas, o diretor-executivo é retratado com duas presas, enquanto em outra ele tem a palavra “mentiroso” estampada na testa. O símbolo do Partido Comunista da China também foi impresso em alguns dos produtos.

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Lo diz considerar o ato preocupante, já que indica um maior cerco à liberdade de expressão garantida pela Constituição de Hong Kong. “É alarmante para o povo de Hong Kong que eles continuem a suprimir a liberdade. Nós nos iremos virar o continente (China continental) se esse tipo de brincadeira não for permitida em Hong Kong”. Fonte: Associated Press.