O governo chinês anunciou hoje um plano com pretensão de incrementar sua eficiência energética ao mesmo tempo que desacelera suas emissões de gás carbônico. O Conselho de Estado informou hoje, em comunicado divulgado na página do governo central na internet, que o país quer reduzir de 40% a 45% as suas emissões de dióxido de carbono por unidade de Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, tendo como base os dados de 2005. Na nota, o governo chinês afirma que o plano é uma ação voluntária que leva em consideração as condições do país e o qualifica como uma grande contribuição para os esforços globais de combate ao aquecimento global.
Principal órgão administrativo da China, o Conselho de Estado informou ainda que os objetivos serão incorporados ao Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social como metas de médio a longo prazo e que, então, a medida terá força de lei. Para tanto, serão elaborados parâmetros para calcular, monitorar e avaliar as emissões.
As metas serão alcançadas por intermédio da elevação dos investimentos em eficiência energética, carvão limpo, fontes renováveis de energia, usinas nucleares e no processo de captura e estocagem de gás carbônico. Segundo o texto, a China pretende fazer com que o consumo de combustíveis que não sejam de origem fóssil represente 15% da produção energética do país até 2020, conforme o presidente Hu Jintao já havia comentado em setembro.
No anúncio, o Conselho de Estado reitera que a China insiste que os princípios fundamentais do Protocolo de Kyoto sejam mantidos em um futuro pacto para lidar com o aquecimento global. De 7 a 18 de dezembro, líderes de pelo menos 65 nações e representantes de 191 países se reunirão em Copenhague, na Dinamarca, para negociar um novo acordo climático que sucederá o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Copenhague
Ontem, a Casa Branca anunciou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, irá à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) prometendo redução considerável das emissões norte-americanas de poluentes. Segundo funcionários do governo, os EUA pretendem reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em 17% até 2020, com base em números de 2005, e em 83% até 2050. Depois de a Casa Branca ter confirmado Obama em Copenhague, a China informou que seu primeiro-ministro, Wen Jiabao, também irá à cúpula.
O grupo ambientalista Greenpeace afirmou ter recebido a notícia com satisfação, assim como o anúncio de Washington referente aos planos norte-americanos para fazer frente às mudanças climáticas em andamento no planeta. “A meta de redução da China, logo depois do anúncio de ontem feito pelos Estados Unidos, representa um sinal muito positivo de que as nações estão promovendo grandes esforços para obter um acordo significativo em Copenhague”, disse Yang Ailun, diretor de campanha do Greenpeace China, em entrevista concedida à Dow Jones.