A ministra da Agricultura do Chile, Marigen Hornkohl Venegas, afirmou nesta quarta-feira (4) em Roma que "devem ser eliminados o protecionismo e os subsídios que os países desenvolvidos aplicam à sua agricultura internacional".
A ministra fez o pedido hoje ao intervir na Conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) sobre Segurança Alimentar, Mudanças Climáticas e Bioenergia, iniciada ontem e que será encerrada amanhã (quinta/5).
A posição da representante chilena é a mesma apresentada ontem (terça/3) pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, que também condenaram os subsídios e o protecionismo.
"A atual crise parece ser um paradoxo a mais em nosso tempo: em plena era da abundância o mundo enfrenta uma escassez não tradicional, em um dos âmbitos mais essenciais da existência, a alimentação", afirmou a ministra chilena.
"A atual situação de altos preços não é uma realidade nova. O novo é que se desenvolve em meio a uma grande revolução dos alimentos e em um contexto em que a indigência e a fome estavam diminuindo em partes importantes do mundo", continuou.
"Como outros fenômenos dos tempos modernos, a crise não tem uma única causa. É produto de um conjunto de fatores e de situações. Entre eles, um muito relevante é o enorme aumento do preço do petróleo, o que encarece os principais insumos da produção agrícola como os fertilizantes e o transporte", enfatizou Marigen.
"O conjunto da comunidade internacional está sendo afetado por essa crise e o Chile não é uma exceção. Como uma parte dos países da América do Sul, somos exportadores de alimentos e importadores de energia. Nossos setores médios e pobres estão sendo atingidos como nos outros países por uma inflação que acreditávamos ter deixado no passado", afirmou a representante do Chile.
"Abordar esta situação requer trabalhar simultaneamente em vários âmbitos", apoiando a ONU, valorando a ação da FAO e do Programa Mundial de Alimentos (PAM)", afirmou.
"De uma expectativa a médio prazo é preciso concluir de modo exitoso a Rodada de Doha, que deve eliminar o protecionismo e os subsídios que os países desenvolvidos aplicam a suas agriculturas e que distorcem o comércio agrícola internacional", concluiu.