O Chile já sofreu mais de 200 réplicas desde o violento terremoto do último sábado, que matou centenas de pessoas e gerou um tsunami igualmente destruidor. Segundo especialistas, os chilenos continuarão sentindo as réplicas do terremoto de magnitude 8,8 graus na escala Richter durante meses e, possivelmente anos. Nesta sexta-feira, mais três fortes tremores atingiram o país.
“Quanto maior o terremoto, maiores as réplicas, em maior quantidade e durando mais tempo”, explicou hoje John Bellini, um geofísico do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) em Colorado. “Elas devem diminuir em número, mas provavelmente serão sentidas pelas pessoas durante meses e podem continuar possivelmente por anos.”
Várias das réplicas passaram dos 6 graus, incluindo os desta sexta-feira, que tiveram força suficiente para demolir prédios já danificados. No Haiti, um terremoto de magnitude 7 graus reduziu boa parte da capital, Porto Príncipe, a escombros, em janeiro, matando mais de 200 mil pessoas. Os especialistas preveem, porém, “dezenas” de réplicas nesse país, não centenas como no Chile.
“Uma razão para isso é que o terremoto no Chile foi muito maior que o do Haiti – ele liberou aproximadamente 500 vezes mais energia”, explicou Jessica Sigala, outra geofísica do USGS. “É muita energia liberada, e a Terra está tentando voltar ao normal. Para isso ela segue se movendo e é isso que são as réplicas.”
Os cientistas acreditam que os tremores secundários podem acontecer durante anos, após o terremoto de 9,1 graus ocorrido na costa da Indonésia, em 2004. Esse tremor gerou o mortífero tsunami que matou cerca de 200 mil pessoas no sul da Ásia. “Houve um de 9,1 graus ocorrido em dezembro de 2004 e então um de 8,6 em março de 2005. E hoje ainda pode haver um terremoto naquela área, que pode ser uma réplica daquele ocorrido em 2004”, explicou Sigala. As informações são da Dow Jones.