O governo chileno anunciou nesta segunda-feira a extensão indefinida da moratória para a caça às baleias em seu território marítimo, onde vive cerca de 50% da população global desses animais, disse a ministra do Meio Ambiente, Ana Lya Uriarte.
O anúncio foi feito durante a sessão inaugural da 60a Assembléia Anual da Comissão Baleeira Internacional (CBI), onde o centro do debate será a caça e a criação de santuários nos oceanos Atlântico e Pacífico.
"O Chile possui 50% das espécies conhecidas de cetáceos, motivo pelo qual esta medida implica no compromisso de conservação", afirmou Ana.
Enquanto a ministra discursava, cerca de 20 manifestantes protestavam do lado de fora do hotel onde ocorria a assembléia, contra os países favoráveis à caça de baleias.
"Parem a caça de baleias", "não à matança", diziam os cartazes dirigidos a países como Japão, Noruega e Islândia.
A presidente chilena, Michelle Bachelet, viajou hoje ao balneário de Quintay, 100 km a oeste de Santiago, onde na década de 1960 funcionava uma fábrica de processamento de baleias, para assinar uma série de decretos pró-conservação.
A mandatária assinou um decreto supremo que estende indefinidamente a atual moratória, que vencia no ano de 2025, e que proíbe a captura de baleias.
Bachelet assinou também um decreto que declara 43 espécies de baleias como patrimônio natural do Chile e um projeto de lei que declara o país livre da caça de baleias, coincidindo com a criação de um santuário natural.
O chanceler chileno, Alejandro Foxley, por sua vez, disse que "o Chile irá defender a postura conservacionista e a investigação científica não letal", além de pedir que a sociedade civil – tanto os cientistas quanto as organizações não governamentais – seja incorporada ao debate sobre o futuro das baleias.