A CIA escondeu do Congresso americano a existência de um programa antiterrorista durante os últimos oito anos por ordem direta do ex-vice-presidente Dick Cheney. A informação foi dada aos representantes dos Comitês de Inteligência do Senado e da Câmara pelo diretor da agência, Leon Panetta, segundo afirma a edição deste domingo do jornal americano The New York Times.

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A informação de que o vice de George W. Bush estava por trás da decisão aprofundou o mistério sobre o programa, sugerindo que a administração Bush tinha alta prioridade no projeto e em mantê-lo em segredo. Panetta, que encerrou o programa quando soube da sua existência em 23 de junho por um de seus subordinados, informou o Congresso em duas sessões separadas no dia seguinte.

Membros do serviço de inteligência e do Congresso asseguraram ao jornal que o programa, cujos detalhes permanecem desconhecidos, começou após os atentados de 11 de setembro de 2001, mas nunca foi colocado efetivamente em operação; foram realizados apenas trabalhos de planificação e treinamentos entre 2001 e 2009. Além disso, as fontes confirmaram que o plano antiterror não tem relações com o polêmico programa de interrogatórios.

Nos meses após os atentados da Al-Qaeda contra o World Trade Center e o Pentágono, por conta do temor de um novo ataque, dirigentes dos serviços de inteligência chegaram a propor medidas radicais para evitar ameaças. Um dos principais representantes da administração Bush, Cheney sempre foi um dos maiores defensores das técnicas de interrogatórios usadas pela CIA, qualificadas como tortura pelo atual governo Obama, entre elas a simulação de afogamento.

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O NYT afirma que tentou contato com o ex-vice-presidente para confirmar a informação, mas não conseguiu. Um porta-voz da CIA, Paul Gimigliano, não quis falar sobre a implicação de Cheney no programa e limitou-se a afirmar que, “quando um agente da CIA levou esta informação a Panetta, recomendou que fosse compartilhada apropriadamente com o Congresso”. As leis americanas exigem que o presidente garanta que os Comitês de Inteligência da Câmara e do Senado estejam plenamente informados sobre as ações da CIA.