Chefe de gabinete nega presença de empresário

O chefe de gabinete do governo argentino, Alberto Fernández, disse hoje que não existe registro da presença do empresário Guido Antonini Wilson na sede do governo em 6 de agosto, dois dias depois de a alfândega argentina ter apreendido com ele uma maleta contendo US$ 800.000 com a qual ele pretendia entrar ilegalmente no país. "Não registramos nenhuma pessoa com esse nome e sobrenome que tenha estado na Casa de Governo", declarou o chefe de gabinete à Rádio Mitre.

Ele afirmou que a denúncia "é uma palhaçada, uma loucura, porque a única coisa que se sabe é que segundo um testemunho, Antonini Wilson esteve numa cerimônia pública na Casa de Governo a que assistiram mais de 400 pessoas". Fernández referia-se à cerimônia de assinatura de um acordo energético entre o ex-presidente Néstor Kirchner e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que foi aberta a funcionários dos dois países e a convidados

Antonini Wilson havia chegado dois dias antes num avião fretado em Caracas por funcionários argentinos com vários dirigentes da petrolífera venezuelana, PDVSA, que viajaram à Argentina para participar da cerimônia. Um dos funcionários, Claudio Uberti, foi demitido por Kirchner por ter autorizado a presença de Antonini Wilson no vôo, atendendo a pedido de um diretor da PDVSA.

Foi a ex-secretária de Uberti, Victoria Bereziuk, que testemunhou ter visto Antonini Wilson na cerimônia na Casa de Governo, em declaração a uma juíza argentina que investiga o "caso da maleta" e que pede aos Estados Unidos a extradição do empresário para responder acusações de contrabando e lavagem de dinheiro. Um procurador federal americano, em Miami, denunciou que o dinheiro havia sido enviado pelo presidente Chávez para a campanha eleitoral da atual presidente argentina, Cristina Fernández Kirchner.

O caso da maleta provocou a pior crise diplomática entre Estados Unidos e Argentina das últimas décadas. A presidente Cristina Kirchner classificou as denúncias do procurador de Miami de "operação lixo" da administração do presidente George W. Bush visando pressionar seu governo a se afastar de Chávez.

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