O comandante da polícia do Equador, Freddy Martínez, ofereceu sua renúncia em meio à crise que atinge o país. Policiais em greve entraram em confrontos ontem com uma unidade militar, que permaneceu leal ao governo e foi a responsável por retirar o presidente Rafael Correa do hospital em que ele se abrigou durante os distúrbios. O subsecretário de comunicação do governo, Patricio Barriga, disse que as informações pelo país mostravam que a situação estava normalizada.
O Equador entrou hoje em um segundo dia de estado de exceção, convocado após os protestos da polícia e de alguns militares causarem tumultos em nível nacional. Pelo menos dois policiais e um soldado morreram e dezenas de pessoas se feriram durante os conflitos, segundo autoridades.
Correa afirmou que houve uma tentativa de golpe de Estado e recebeu amplo apoio internacional, mesmo de oponentes. O presidente prometeu continuar com a reforma nos salários e benefícios do funcionalismo público, que inclui uma legislação de austeridade fiscal, a qual causou o protesto.
O Equador tem um histórico de instabilidade política e distúrbios sociais que derrubam presidentes. Nenhum chefe de Estado chegou ao fim do mandato no país desde 1996. Analistas dizem que aparentemente Correa afastou o perigo de um golpe. Ele ainda enfrenta, porém, vários desafios, enquanto as finanças do setor público permanecem comprimidas e a oposição política se organiza melhor.
O aeroporto internacional de Quito permanecia operando normalmente hoje, após ser brevemente fechado no dia anterior. Os protestos não afetaram a produção de petróleo do país.
Economista com estudos nos Estados Unidos, Correa assumiu a presidência no início de 2007. Um nacionalista no setor econômico, ele foi reeleito em 2009, quando o país passou a ter uma nova Constituição – e agora pode concorrer à reeleição em 2013. O estilo de confrontação do governo polarizou o Equador, ainda que Correa tenha uma popularidade relativamente alta, de 52%, segundo uma pesquisa recente. As informações são da Dow Jones.
