A Organização dos Estados Americanos (OEA) e o mediador do conflito hondurenho, Oscar Arias, deveriam examinar a influência da Venezuela no processo político de Honduras, recomendou ontem Arturo Valenzuela, indicado para ser o principal diplomata dos EUA para a América Latina. “Nas negociações, a OEA e Arias terão de examinar o fato de que provavelmente houve influência da Venezuela em Honduras, com o governo venezuelano encorajando o presidente (Manuel) Zelaya a tomar certas medidas”, disse Valenzuela, em sua sabatina de confirmação no Senado.
A declaração foi a mais direta feita até agora por uma autoridade norte-americana sobre a preocupação dos EUA com a influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em processos eleitorais de países da região e nas iniciativas para convocar consultas populares para promover mudanças constitucionais.
A Casa Branca condenou energicamente o golpe de Estado em Honduras numa tentativa de acabar com as más lembranças das rupturas da ordem constitucional patrocinadas pelos EUA na região nos anos 70. Mas para o governo de Barack Obama é desconfortável defender Zelaya, um esquerdista aliado de Chávez, que queria mudar a Constituição para poder se eleger novamente.