Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Alvaro Uribe, concordaram em permitir que um representante da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) vá a Caracas para negociações visando a libertação de dezenas de reféns. "Estou preparado para conversar com quem quer que eles enviem", disse Chávez ao fim de oito horas de reunião com Uribe.

continua após a publicidade

Chávez também afirmou que as Farc já aceitaram o convite para participar das negociações em Caracas. A guerrilha mantém cerca de 45 reféns, entre eles políticos colombianos, militares e três mercenários norte-americanos seqüestrados há mais de quatro anos. Recentemente, completaram-se 2 mil dias desde que a franco-colombiana Ingrid Betancourt foi seqüestrada pela guerrilha da Colômbia quando fazia campanha pela presidência do país.

Na última quinta-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, telefonou a Uribe para manifestar seu apoio às conversações. Como gesto de boa vontade, Chávez deu indulto a 10 ativistas colombianos que estavam presos por participação no fracassado golpe de Estado tentado pelos conservadores venezuelanos contra o próprio Chávez em 2004.

Zona desmilitarizada

continua após a publicidade

Embora o governo da Colômbia e as Farc tenham concordado em negociar uma troca de prisioneiros, há divergências quanto aos detalhes. As Farc insistem no estabelecimento de uma "zona desmilitarizada", na qual a troca seria feita e onde toda atividade militar seria proibida por 45 dias, o que não é aceito por Uribe.

Chávez disse que os passos preliminares para o diálogo entre o governo da Colômbia e as Farc requerem "paciência e prudência", mas que está "otimista". O presidente venezuelano acrescentou que embora caiba à guerrilha decidir quem será seu representante nas conversações em Caracas, Chávez gostaria de se reunir um dia com o legendário Manuel "Tiro Certo" Marulanda, comandante máximo das Farc há 43 anos.

continua após a publicidade