O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou ontem a intervenção no aeroporto internacional de Maiquetía Simón Bolívar, de Caracas, o maior do país. Chávez disse estranhar que a estatal não esteja dando lucros como outros terminais aéreos. “O aeroporto de Maiquetía é um aeroporto grande. Como não dá lucros, se, por exemplo, em Cuba, o aeroporto José Martí dá ao governo cubano a cada ano US$ 100 milhões de lucros nas operações?”, questionou o líder venezuelano, em um discurso transmitido por rádio e televisão na Venezuela.
“Ordenei ao ministro (de Transportes e Comunicações) que está chegando, (Francisco) Garcés: ‘Intervenha no aeroporto internacional de Maiquetía, é preciso tomar o controle'”, afirmou Chávez.
O governo venezuelano, com o apoio dos militares, assumiu em 21 de março de 2009 os portos e aeroportos das localidades de Maracaibo, Valencia, Puerto Cabello, Puerto La Cruz e da Ilha de Margarita. A maioria deles estava sob controle de oposicionistas. Os críticos afirmam que essas tomadas buscavam limitar financeiramente as autoridades de oposição, ainda que esse não seja o caso do aeroporto Simón Bolívar.
O aeroporto de Caracas está sob administração federal há décadas, por decisão do então presidente Carlos Andrés Pérez (1974-1979). No terminal aéreo, algumas lojas funcionam sob concessão e outras foram cedidas a organismos internacionais, como a Fundación del Niño, que busca ali apoios para financiar parte de seus programas para as crianças.