O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou hoje o fim do racionamento de energia elétrica que vigorava no país desde o começo do ano. Chávez disse, em cadeia nacional de rádio e televisão, que decidiu pelo “fim do plano nacional de racionamento elétrico”. Segundo ele, o racionamento, que significou cortes diários no fornecimento de energia por várias horas em algumas cidades da Venezuela, será suspenso “a partir deste momento” em todo o país.
Ao explicar as razões que o levaram a suspender o racionamento, Chávez expressou que a medida foi decidida graças à recuperação dos níveis de água na represa da usina hidrelétrica de Guri, que alimenta os principais sistemas de energia do país. Ele reconheceu, durante uma visita à central hidrelétrica, no Estado de Vargas, que o plano de racionamento “teve um grande impacto sobre a indústria e o comércio”. Com o racionamento, o Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela caiu 5,8% no primeiro trimestre.
Chávez também disse que concordou em estender apenas até 30 de julho o horário de trabalho de cinco horas nas empresas estatais, que vigora desde fevereiro como parte do plano para economizar energia elétrica. A suspensão do racionamento ocorre três dias após o governo ter aprovado a extensão, por dois meses, de um decreto de “emergência elétrica”, vigente desde fevereiro, que também permite que o governo agilize a compra de novos equipamentos para produzir e distribuir eletricidade.
O governo atribuiu a crise elétrica ao fenômeno El Niño, que gerou uma forte seca e um verão prolongado. Em fevereiro, Chávez decretou estado de emergência elétrica e obrigou a indústria e o comércio a reduzirem em 20% por mês o consumo de energia. A medida incluiu uma série de sanções, entre as quais a ameaça de suspender o fornecimento de energia aos chamados grandes consumidores. Mais de 40 empresas da indústria e do comércio que não reduziram o consumo na meta fixada tiveram o serviço cortado por 24 horas.
