A Rússia vai estreitar os laços com a Venezuela como parte de uma política de esforços coordenados para estabelecer um “contrapeso sólido” aos Estados Unidos, informou hoje o Kremlin. “Hoje nós assinaremos uma série de acordos para fortalecer nossa cooperação”, declarou o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, ao receber seu colega venezuelano, Hugo Chávez.
O líder russo não forneceu detalhes referentes aos acordos, mas qualificou-os como “multifacetados” e comentou: “Trata-se de cooperação nos campos econômico e militar”.
A expectativa é de que Medvedev e Chávez assinem dois acordos energéticos específicos – referentes a petróleo e gás – durante a reunião, revelou uma porta-voz do Kremlin.
Esta é a terceira visita de Chávez a Moscou desde junho do ano passado. Ontem, o líder venezuelano reuniu-se com o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, que ofereceu ajuda de Moscou a Caracas para o desenvolvimento de um programa nuclear com fins pacíficos.
A atual visita de Chávez ocorre em um momento de grande tensão nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos. Os atritos bilaterais acentuaram-se depois da guerra travada no mês passado entre a Rússia e a Geórgia, cujo atual governo é considerado aliado pelos EUA.
Chávez, que falou à imprensa antes do presidente russo, disse por intermédio de um intérprete que é grato a seu “amigo” Medvedev e reiterou o apoio de Caracas às recentes ações militares da Rússia na Geórgia. “Eu gostaria de aproveitar a ocasião para manifestar modesto, mas total e sólido apoio às ações russas no Cáucaso”, disse Chávez. “Nós entendemos que o povo da Ossétia do Sul foi atacado pela Geórgia.
A Rússia invadiu a Géorgia em 8 de agosto, um dia depois de forças georgianas terem deflagrado uma ofensiva para recuperar a Ossétia do Sul, uma região separatista pró-Moscou. As informações são da Dow Jones.