O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou hoje que o chanceler do país, Nicolás Maduro, poderá assistir à posse do presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que acontecerá amanhã, em Bogotá. Se concretizado, esse seria um primeiro passo na recomposição das deterioradas relações entre os dois países.

continua após a publicidade

Chávez deu uma declaração à imprensa sem entrar em detalhes. “É muito provável que Nicolás (Maduro), ministro das Relações Exteriores da Venezuela, esteja amanhã na posse na Colômbia”. O presidente venezuelano fez o anúncio minutos antes de começar uma reunião com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que se ofereceu como mediador no conflito diplomático.

Lula expressou sua vontade de induzir os dois países ao diálogo, aproveitando sua visita a Caracas hoje e a Bogotá amanhã. O presidente brasileiro deixou Caracas na tarde de hoje, rumo à capital colombiana, onde assistirá à posse de Santos.

Lula e Chávez tiveram uma reunião no palácio presidencial, em Caracas, da qual também participou o ex-presidente da Argentina, Néstor Kirchner, atual Secretário-Geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul). Todos participaram mais cedo do encontro birregional América do Sul-África, que se realiza na capital venezuelana.

continua após a publicidade

“Todos estamos mediando – Lula, Néstor e inclusive eu estou mediando”, afirmou Chávez, referindo-se à crise com a Colômbia. Em Bogotá, funcionários colombianos, que falaram sob anonimato, confirmaram a visita de Maduro.

Brasil

continua após a publicidade

As frequentes reuniões entre Lula e Chávez serviram para firmar posições políticas comuns sobre diferentes assuntos internacionais e estreitar as relações entre Brasil e Venezuela, particularmente dando impulso às relações comerciais, mais favoráveis ao Brasil.

A agenda entre Brasília e Caracas inclui a revisão de vários acordos agrícolas, tecnológicos, energéticos e a integração fronteiriça. A balança comercial entre os dois países alcançou no primeiro semestre deste ano US$ 1,7 bilhão, com superávit de US$ 1,2 bilhão para o Brasil, segundo informações do governo venezuelano.