A mediação política entre o governo da Venezuela e os grupos de oposição no país será feita pelos próprios chanceleres dos países que formam a União de Nações Sul-americanas. Uma reunião que deverá incluir todos os lados da crise venezuelana e os chanceleres deverá ser marcada para, o mais tardar, a primeira semana de abril.
A criação da comissão ministerial foi acertada nesta quarta-feira, 12, na reunião extraordinária da organização em Santiago. Depois de quase quatro horas de encontro, os chanceleres optaram por uma declaração que, embora manifeste “enérgico rechaço” aos atos de violência e preste solidariedade ao povo e ao “governo democraticamente eleito” da Venezuela, cobra o respeito às liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão e reunião pacífica, circulação e livre trânsito, classificadas como condições fundamentais à integração da região.
A opção por uma comissão formada por ministros foi a estratégia encontrada pela Unasul para tentar baixar o tom de confronto entre governo e oposição. Fontes diplomáticas ouvidas pelo ‘Estado’ avaliam que a presença política dos ministros vai obrigar ao diálogo concreto e também fará com que os principais grupos de oposição, que até agora se recusaram a participar da conferência de paz chamada por Nicolás Maduro, se sintam obrigados a comparecer.
A Mesa de Unidade Democrática, o principal grupo de oposição da Venezuela, enviou uma carta à Unasul, em que garantia a participação em um diálogo com uma pauta clara e onde houvesse um terceiro mediador. A decisão da Unasul atende essas reivindicações e dificulta a recusa em participar.