A 39ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) revogou hoje a suspensão de Cuba da organização. “A Guerra Fria terminou neste dia”, disse o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, ao anunciar oficialmente a decisão, que anula a suspensão de Cuba da organização, aprovada em 1962 em Punta del Leste, no Uruguai.
A medida foi tomada “sem condições”, disse o ministro de Relações Exteriores do Equador, Fander Falconi, mas estabelece mecanismos para o retorno de Cuba ao grupo – incluindo a concordância do país em cumprir as convenções da OEA sobre direitos humanos e outras questões. “Este é um momento de alegria para toda a América Latina”, disse ele após a sessão da Assembleia Geral.
Honduras aumentou ontem a pressão sobre os Estados Unidos, quando solicitou que a OEA retirasse a suspensão a Cuba, que já dura 47 anos. “Meus amigos, chegou a hora de corrigir esse erro”, disse Zelaya ontem, durante o encontro anual dos chanceleres dos países da OEA, reunidos em San Pedro Sula. “Se nós tivermos que deixar este recinto sem tornar nula a decisão de 1962, seremos cúmplices de uma mentalidade do passado”, disse.
Até ontem, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, mantinha firme a posição dos Estados Unidos de vincular o retorno de Cuba à OEA a reformas democráticas. O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, explicou que a proposta é que se anule a decisão de 1962 e se deixe para depois um acordo entre Cuba e os Estados Unidos, a ser discutido entre os dois países no futuro.