O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, afirmou que não é o momento de falar em “represálias diplomáticas” contra o Brasil, porque o governo italiano ainda aguarda o parecer do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a extradição do ex-terrorista Cesare Battisti, preso em Brasília. “Aguardamos confiantes que a Suprema Corte brasileira (o STF) vai rever a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro”, disse nesta quarta-feira (4) o chanceler italiano em Perugia, segundo a Agência Ansa. O STF deverá decidir a questão até março.

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Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos no final da década de 1970, quando militava no grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), de extrema esquerda. Ele fugiu da prisão e viveu no México e na França antes de fugir novamente para o Brasil, onde foi preso em 2007.

Frattini também descartou não convidar o Brasil para o próximo encontro do G-8, grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia, atualmente presidido pela Itália. “O governo italiano excluiu a possibilidade de não convidar o Brasil a participar dos trabalhos do G-8”, disse.

Mesmo assim, o chanceler italiano respondeu às declarações recentes feitas por Genro, de que a Itália não superou seus “anos de chumbo”. Para Frattini, “se existe alguém que não pensa nos motivos das vítimas, mas nos dos assassinos, quer dizer que os anos de chumbo não podem ser fechados com uma anistia geral”, afirmou. Segundo ele, o Estado italiano “encerrou nos tribunais e com a lei os anos de chumbo”.

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Colegas

Também em declarações à imprensa italiana, os ex-terroristas colegas de Battisti responderam suas acusações de que foram eles que cometeram os quatro assassinatos. “É infame que Cesare Battisti nos classifique como colaboradores da Justiça ou arrependidos. Nós fomos condenados e cumprimos sentenças”, disseram Sebastiano Masala e Giuseppe Memeo, bem como Pia Ferrari, esposa de Gabriele Grimaldi, morto em 2006. As declarações dos três foram reproduzidas pelo jornal milanês Corriere della Sera.

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Um dos acusados por Battisti, Sante Fantone não respondeu porque virou colaborador da Justiça, segundo o periódico. Battisti acusou os ex-colegas de terem cometido os assassinatos em entrevista a uma revista brasileira.