A Corte Constitucional da Tailândia vai julgar nesta quarta-feira se a primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, abusou do seu poder quando demitiu o chefe de segurança nacional do país. A decisão pode pôr fim ao atual mandato de Shinawatra.

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Em depoimento nesta terça-feira, a chanceler se defendeu das acusações feita por um grupo de senadores, que afirmam que a ela abusou do poder em 2011 quando decidiu rebaixar o cargo do então chefe de segurança, Tawin Pleansri, na tentativa de beneficiar seu cunhado.

“Eu não fiz nada que seja proibido por lei, e eu realizei meu dever na administração com o benefício do país em mente”, disse Yingluck em tribunal.

Contudo, Tawin reverteu o discurso e disse ao tribunal que o seu rebaixamento violou a lei do Serviço Civil do país. A primeira-ministra tem enfrentado ataques nos últimos seis meses, com várias manifestações populares e processos na justiça.

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Mesmo que receba uma sentença favorável amanhã, ela vai passar por uma investigação pelo painel anticorrupção do país devido ao controverso programa de subsídio de arroz do governo tailandês. A Comissão Nacional de Combate à Corrupção acusou Yingluck de mal uso do programa de subsídio, o que causou prejuízos financeiros para o Estado. A chanceler nega qualquer irregularidade e defende o projeto.

“Neste momento, o que realmente importa para o destino do governo, e o que vai determinar qualquer possíveis mudanças no país, é a decisão dos tribunais”, disse Boonyakiat Karavekphan, cientista político da Universidade de Ramkhamhaeng, em Bangcoc.

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Nos últimos seis meses, os manifestantes tentaram depor Yingluck do cargo, mas não conseguiram. Entretanto, tiveram sucesso na pressão para dissolver a Câmara, no mês de dezembro. A primeira-ministra decidiu conclamar uma eleição no último mês de fevereiro, para resolver os conflitos políticos. Em março, o Tribunal Constitucional anulou o pleito por suspeita de fraude e remarcou a eleição para o dia 20 de julho. Com informações da Dow Jones Newswires.