O monopólio de gás russo OAO Gazprom estimou em 70% as chances de suspender as entregas de gás natural para a vizinha Ucrânia amanhã, dia 1º de janeiro, numa ação que poderá abalar o fornecimento de energia para a Europa.
A Gazprom, controlada pelo Estado russo, está pedindo que a Ucrânia pague pelo gás fornecido neste inverno (do hemisfério Norte) e assine novos contratos para fornecimento e transporte para a Europa, que depende pesadamente da energia da Rússia.
Os dois lados vêm negociando há semanas, mas, apesar dos sinais de avanços ontem, não conseguiram chegar a um acordo amplo.
O porta-voz da Gazprom Sergei Kupryanov acusou a Ucrânia de “chantagem” depois que a companhia de gás ucraniana Naftogaz se recusou a garantir o transporte do gás para a Europa e ameaçou confiscar parte das entregas. Ontem, a Naftogaz havia dito que pagaria US$ 1,5 bilhão para acertar sua dívida pelas importações de gás e evitar a suspensão no abastecimento, mas não ficou claro se isso satisfaria a Gazprom, que afirma que a dívida da Ucrânia é muito maior.
Os clientes europeus sofreram com grandes declínios no abastecimento de gás da Rússia em 2006 quando o país fechou as torneiras para a Ucrânia em meio a um impasse semelhante. As informações são da agência Dow Jones.