Israel e o grupo islâmico Hamas iniciaram às 6 horas locais desta quinta-feira (18) (zero hora em Brasília) uma trégua de seis meses em meio a um clima de ceticismo com relação à sustentabilidade da medida. O cessar-fogo, mediado pelo governo do Egito ao longo dos últimos meses, tem como objetivo encerrar um período de um ano de violentos confrontos que resultou na morte de sete israelenses e mais de 400 palestinos, civis em sua maioria.
O acordo obriga Israel a começar a afrouxar um restritivo bloqueio imposto a Gaza a partir de junho do ano passado, quando o Hamas assumiu o controle total do território palestino litorâneo. As sanções israelenses a Gaza foram impostas com o objetivo de interromper disparos de mísseis rústicos por parte de rebeldes palestinos, mas aprofundou a miséria da população local e confinou os moradores de Gaza em uma espécie de prisão a céu aberto.
"Eu queria poder dormir sem o som dos bombardeios e dos aviões", desabafou Eman Mahmoud, um estudante universitário de 22 anos que vive em Gaza. "Estamos vivendo um pesadelo. Não tenho certeza de quanto tempo isso vai durar, mas meu sonho é que a calma persista.
As horas que antecederam o início da trégua foram de intensa atividade militar, com rebeldes palestinos disparando salvas de foguetes e morteiros e Israel promovendo bombardeios aéreos.
Momentos antes do início da trégua, um militante do Hamas foi morto em um ataque aéreo israelense contra a região central de Gaza, o que expõe a fragilidade do acordo. Quase oito horas depois do início do cessar-fogo, não havia notícia referentes a novos confrontos. Se a trégua persistir, Israel começará a suspender o bloqueio no domingo.