Cessar-fogo não é respeitado no Iêmen, enquanto ONU pede negociações de paz

Confrontos estavam em andamento no Iêmen nesta sexta-feira, o terceiro dia de um cessar-fogo humanitário entre a coalizão liderada pela Arábia Saudita e os rebeldes xiitas. Enquanto isso, uma autoridade da Organização das Nações Unidas pedia negociações de paz em Genebra.

Autoridades iemenitas disseram que havia confrontos na cidade de Áden, no sul do país, e também em Taiz e Dhale, no oeste, apesar da trégua. Fontes tribais disseram que artilharia saudita atacou áreas fronteiriças no norte do país. As fontes pediram anonimato, pois não tinham autorização para falar com a imprensa.

Pelo menos nove civis morreram no ataque em Taiz, segundo uma fonte médica. Testemunhas confirmaram duros confrontos em Dhale e disseram que grandes comboios de rebeldes xiitas e forças aliadas foram enviados a Áden.

Os confrontos opõem rebeldes xiitas, conhecidos como houthis, e os partidários do presidente Abed Rabbo Mansour Hadi, que fugiu do país em março. Uma coalizão saudita ataca os rebeldes pelo ar, desde 26 de março.

A trégua tem sido violada inúmeras vezes, com os rivais culpando um ao outro.

O enviado da ONU para o Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, propôs conversas de paz em Genebra. Um porta-voz dos rebeldes, Hamed al-Bokheiti, disse que os houthis estavam dispostos a dialogar em qualquer lugar “neutro”.

O conflito no Iêmen já deixou mais de 1.400 mortos, a maioria deles civis, desde 19 de março, segundo a ONU. O país de 25 milhões de habitantes enfrenta problemas de falta de alimentos, água e energia elétrica, como resultado do bloqueio liderado pelos sauditas.

O coordenador da questão humanitária para o Iêmen da ONU, Johannes Van Der Klaauw, disse que a situação “permanece extremamente preocupante”, já que “as necessidades ainda estão aumentando”. Fonte: Associated Press.

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