Cessar-fogo falhará porque rebeldes não são organizados, diz Síria

O governo da Síria disse hoje que o cessar-fogo proposto pelo enviado internacional da ONU, Lakhdar Brahimi, falhará porque os rebeldes que tentam remover Bashar Assad do poder não têm uma liderança organizada para respeitar o acordo.

Brahimi pediu ajuda a autoridades da região para negociar uma trégua na Síria durante o feriado muçulmano de Eid ul Adha, no final de outubro. No período, os islâmicos lembram o sacrifício do profeta Abraão, que matou o filho Ismail conforme a vontade de Deus. A festa dura quatro dias e precede a peregrinação a Meca, ponto alto do islamismo.

Entretanto, o jornal estatal “Al-Thawra” anunciou em sua edição de quarta-feira que os rebeldes não estão suficientemente organizados para fazer com que todos respeitem o cessar-fogo do feriado.

“De um lado, há o Estado, representado pelo governo e pelo Exército, mas e do outro lado, quem está?”, perguntou o jornal em seu editorial.

Outros acordos de trégua anteriores já foram desrespeitados pelos dois lados do confronto. No caso da atual proposta, o governo sírio demonstrou interesse em acatá-la na terça-feira, desde que os rebeldes e os países que os apoiam também o fizessem.

“Uma interrupção na matança é bem-vinda, mas creio que o chamado deve ser primeiro dirigido ao regime sírio, que não cessa os bombardeios em cidades e aldeias do país”, disse Abdel Basat Sayda, chefe do Conselho Nacional Sírio, principal coalizão da oposição no exílio.

Brahimi foi a Beirute hoje conversar com o governo do Líbano sobre como resolver a crise. Ele tem visitado diversos países da região. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sírio disse que aguarda Brahimi em Damasco para saber dos resultados de suas viagens.

Ataques

Hoje o fogo cruzado entre os rebeldes e as tropas de Assad continuou.
Bombardeios das forças do regime e confrontos entre soldados e insurgentes deixaram cinco mortos em Aleppo. Já a cidade de Duma, controlada pelos rebeldes, foi atingida por mísseis.

Os rebeldes, por sua vez, derrubaram um helicóptero das Forças Armadas próximo à cidade de Maaret al Nooman, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

França

A França reafirmou seu apoio político à oposição ao regime de Assad. O comunicado foi dirigido aos conselhos revolucionários civis que administram zonas rebeldes da Síria.

Na reunião, o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, disse que as tropas de Assad utilizam bombas de fragmentação contra os rebeldes e bombardeiam suas cidades com TNT.

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