Os principais líderes políticos na Rússia se reuniram nesta quarta-feira (23) para homenagear o ex-presidente Boris Yeltsin, no primeiro aniversário de sua morte. Em cerimônia de inauguração de um monumento em homenagem a Yeltsin, o presidente Vladimir Putin louvou o antecessor em um pequeno discurso realizado perto da sepultura de Yeltsin, no cemitério de Novodevichy. Estavam presentes, além de familiares do homenageado, pouco mais de cem seletos convidados, entre eles o presidente eleito Dmitry Medvedev, ministros e o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa.
"Os turbulentos anos 1990 foram uma época de mudanças rápidas e pessoas corajosas, extraordinárias, capazes de ir contra a maré, alcançar novos objetivos e levar o povo com eles", disse Putin. "Boris Nikolayevich Yeltsin, sem qualquer exagero, pertence a este grupo ilustre", afirmou.
Durante o governo de Putin, os oito anos de comando de Yeltsin após o colapso da União Soviética, em 1991, foram retratados geralmente como uma época de degradação social, caos político e colapso econômico. Mas, desde a morte de Yeltsin, o Kremlin tem louvado seu papel em tornar a Rússia em "um país aberto e autoconfiante", segundo as palavras de Putin durante a cerimônia, transmitida pela televisão russa.
Yeltsin introduziu a economia de mercado e levou ao país liberdades políticas – muitas das quais foram suprimidas pelo seu sucessor. Durante seus oito anos no poder, várias vezes apareceu em entrevistas coletivas embriagado. Uma delas, em 1995 levou o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, às gargalhadas.
Putin se prepara para deixar o cargo nas mãos de seu aliado Medvedev, no próximo mês. Ele agradeceu Yeltsin por criar uma presidência forte, que "continuará a servir ao povo da Rússia e defender os interesses soberanos do país". Medvedev já ofereceu o posto de primeiro-ministro a Putin.