As mulheres ficam em melhores condições físicas se têm um casamento feliz e estão satisfeitas com o parceiro, apresentando menos fatores de risco cardiovascular, como alto nível de colesterol, excesso de peso e pressão acima do normal. Essas conclusões constam de um estudo realizado por Linda Gallo e Wendy Troxel, pesquisadoras da San Diego State University e da Universidade de Pittsburgh, respectivamente.
De acordo com as cientistas, a melhor situação de bem-estar psicológico “ajuda inconscientemente as mulheres a seguirem um estilo de vida saudável, e a relação social sólida lhes proporciona a quem recorrer em caso de necessidade de ajuda. Na situação oposta, a insatisfação pode causar mal-estar psicológico, o que, por sua vez, afeta o coração”.
O estudo, iniciado há 13 anos, foi realizado com 493 mulheres entre 42 e 50 anos. Durante mais de uma década, as mulheres fizeram exames para medir o colesterol, o índice de açúcar no sangue, a pressão sangüínea e o peso, junto a testes para avaliar estados de ansiedade, depressão e estresse. As pesquisadoras também acompanharam o comportamento, registrando hábitos como tabagismo, dietas e periodicidade das atividades físicas.
As participantes da pesquisa responderam a questionários para avaliar o bem-estar na vida conjugal, a satisfação com o parceiro em relação ao tempo em que estavam juntos, o nível de comunicação, a vida sexual, as semelhanças de hábitos e a forma de enfrentar as questões financeiras.
Comparando esses dados com a saúde, evidenciou-se que uma relação satisfatória faz bem ao corpo e à “alma” das mulheres. Já as que manifestaram maior insatisfação na relação conjugal apresentaram fatores cardiovasculares negativos com maior freqüência.
“É provável que a insatisfação na vida conjugal provoque em primeiro lugar estados de ansiedade, depressão, raiva e estresse. Depois esses distúrbios, já conhecidos como fatores de risco coronários, atingem a saúde física, causando enfermidades cardiovasculares”, ressaltou o estudo.