Dois dirigentes da Comunidade Homossexual Argentina (CHA) formalizaram nesta segunda-feira (21) sua união em Madri e disseram que vão pedir à justiça argentina que reconheça o matrimônio. César Cigliutti e Marcelo Suntheim declararam que estavam celebrando com amigos sua união e que amanhã partirão em viagem de lua-de-mel para o Egito. "Viemos até a Espanha porque aqui há uma lei que permite a união homossexual e na Argentina não", declarou Cigliutti, presidente da CHA. Ele acrescentou que o casamento foi possível na Espanha porque Suntheim, secretário da CHA, possui dupla nacionalidade – argentina e alemã – e, por ter um passaporte da União Européia, pode se casar em qualquer país do bloco.
"Não vai ser simples, mas não é o caso de duas pessoas que pedem para se casar e a lei não permite. Já estamos casados, a Espanha nos reconheceu. Escolhemos a Espanha porque é (o país) culturalmente mais próximo da Argentina. Mas queremos que a Argentina nos reconheça". A Argentina não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas a cidade autônoma de Buenos Aires aprovou, em 2002, uma lei que autoriza homossexuais a se unirem como casal e se inscreverem em um registro que lhes garante alguns direitos no plano econômico e familiar, mas somente nos limites da capital. Tentativas de união de casais homossexuais foram rejeitadas pela justiça argentina por contrariar o Código Civil. A CHA pretende apresentar o tema para Suprema Corte de Justiça para que declare inconstitucional a limitação do Código Civil.