São Paulo – Os casados estão se endividando acima de sua capacidade de compra para atender a necessidades básicas como alimentação e vestuário destinadas à família. Este é o resultado mais evidente da nova pesquisa ‘Perfil do Inadimplente’, realizada pela Telecheque, empresa de concessão de crédito no varejo, entre os meses de março e abril.
Durante o período, a empresa ouviu 1143 consumidores com restrições nos cadastros de proteção de crédito e constatou que 48% dos consumidores casados estão no topo do ranking dos brasileiros endividados.
De acordo com o estudo, o "nome sujo" dos casados no comércio foi maior entre os consumidores com idade entre 31 e 40 anos (41%) e do sexo masculino (59%). Neste universo da pesquisa, 48% apresentam o ensino médio completo, 24% possuem renda mensal que varia entre R$ 700 a R$ 1050 e 40% afirmaram ser empregados de empresas privadas, seguidos pelos profissionais autônomos (29%).
As entrevistas constataram que o descontrole financeiro foi a principal alegação para a inadimplência, respondendo por 55% das justificativas. Em seguida, despontou o empréstimo do nome para terceiros (10%) e o desemprego (7%).
Os supermercados foram os mais atingidos pelo endividamento dos casados, já que 18% deles entraram para os cadastros de restrição de crédito a partir de compras feitas neste setor. O valor médio das compras girou entre R$ 100 a R$ 199 (27%) e os pagamentos parcelados foram a opção escolhida por 41% dos casados.
"A grande oferta de crédito que estourou no mercado e resultou no alto endividamento do consumidor, acabou por atingir não só os segmentos relacionados ao consumo por impulso, como confecções, mas também aqueles que comercializam gêneros de primeira necessidade, como os supermercados. Este último segmento, que antes tinha exclusivamente o cheque à vista como opção de pagamento, hoje, em sua maioria, também pratica o parcelamento", explica José Antônio Praxedes Neto, vice-presidente da Telecheque.
Inadimplência no bimestre
Acompanhados pelos casados, os jovens também se destacaram nas primeiras posições da pesquisa, correspondendo por 40% dos inadimplentes do bimestre. De modo geral, as mulheres responderam por 51% do total de endividados, assim como os consumidores com faixa de renda entre R$ 700 a R$ 1050, que somaram 22% dos consultados.
Os inadimplentes efetuaram 45% das compras a prazo, gastaram entre R$ 100 e 199 (29%) e 53% responderam que o descontrole financeiro foi o principal motivo para a inadimplência.
O levantamento constatou ainda que as lojas de confecções foram as mais afetadas do comércio, já que 20% dos consumidores ficaram inadimplentes a partir de compras realizadas neste segmento.