A Casa Branca responsabilizou o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e a primeira-dama e vice-presidente, Rosario Murillo, pelas violações aos direitos humanos e a violência durante os protestos maciços que abalam o país desde abril. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse nesta segunda-feira, 30, que a população nicaraguense foi às ruas para exigir reformas democráticas depois que o governo realizou eleições fraudulentas e manipulou leis para reprimir os partidos de oposição e a imprensa independente.
Segundo Sarah, os protestos foram respondidos com “violência indiscriminada”, deixando ao menos 350 mortos, milhares de feridos e centenas de pessoas falsamente acusadas de “golpistas” “terroristas” presas. Outras foram torturadas ou estão desaparecidas, acrescentou o governo americano.
“O presidente Ortega e a vice-presidente Murillo são os verdadeiros responsáveis pela força parapolicial pró-governo que tem tratado brutalmente a população”, diz o comunicado oficial.
Sarah expressou o apoio americano ao processo de diálogo nacional coordenado pela Igreja Católica e afirmou que as sanções a funcionários nicaraguenses por violar direitos humanos são apenas o começo de outras que estão por vir.
Além disso, os EUA pediram a devolução de veículos que haviam sido doados para a Polícia Nacional da Nicarágua. Os carros foram utilizados para reprimir violentamente protestos pacíficos, argumenta Washington. O governo americano também suspendeu as doações previstas de outros equipamentos para as agências de segurança nicaraguenses.
Washington ainda apoiou uma resolução adotada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou a violência, apoiou o trabalho da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e pediu um calendário eleitoral acordado em negociações.