O ex-editor de assuntos da realeza do tabloide News of the World, Clive Goodman, afirmou, mais de quatro anos atrás, que escutas telefônicas ilegais eram amplamente usadas pelo jornal e seus jornalistas mais graduados aprovavam a prática, segundo uma carta publicada por um parlamentar britânico nesta terça-feira.

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Na carta, endereçada ao diretor de recursos humanos do jornal The Sunday, empresa que também pertence ao grupo de Rupert Murdoch, Goodman diz que as escutas ilegais foram realizadas com “o total conhecimento e apoio” da diretoria do tabloide.

A afirmação é particularmente incriminatória, pois tanto do News of the World quanto sua controladora, a News International, têm afirmado que Goodman – demitido, condenado e preso por sua participação no escândalo – foi o único repórter envolvido na interceptação de mensagens de voz. A carta, enviada a Daniel Cloke por Goodman com data de 2 de março de 2007, contradiz essa afirmação.

Goodman disse que estava agindo com o apoio de jornalistas mais antigos, que outros funcionários do News of the World também estavam fazendo escutas ilegais e que “esta prática era amplamente discutida na reunião de pauta diária, até que referências explícitas a isso foram proibidas pelo editor”.

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Os nomes dos envolvidos foram retirados da carta. Segundo o jornal The Guardian, o primeiro a publicar a correspondência, a medida foi tomada pela polícia, que investiga os delitos cometidos pelo tabloide.

A carta faz parte de uma série de documentos tornados públicos pelo Comitê de Cultura, Mídia e Esportes da Câmara dos Comuns.

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Antes da publicação dos documentos, integrantes do comitê disseram que poderiam chamar mais uma vez James Murdoch para responder mais perguntas sobre os grampos telefônicos realizados pelo tabloide News of the World. James Murdoch, que presidente da News International, divisão europeia do império de mídia de seu pai, Rupert Murdoch. As informações são da Associated Press.