Carro-bomba mata três no Iraque na véspera de eleição

Um carro-bomba explodiu perto de um ônibus com peregrinos na cidade sagrada de Najaf, neste sábado, matando pelo menos três pessoas, incluindo dois iranianos, às vésperas das eleições parlamentares deste domingo, informaram autoridades locais.

Explosões em outras cidades iraquianas provocaram diversas mortes nesta semana, evidenciando que os insurgentes tentarão obstruir a votação com violência. Um grupo ligado à Al-Qaeda divulgou um comunicado nesta sexta-feira alertando que aqueles que deixassem suas casas no dia da votação corriam o risco de sofrer ataques.

Um grupo de fiéis iranianos e iraquianos esperava para embarcar em um ônibus após uma visita ao famoso templo, em Najaf, quando a explosão ocorreu a cerca de 100 metros de distância do local, disse Ahmed Fakhir, um tradutor iraquiano que acompanhava os peregrinos iranianos.

A explosão destruiu dois ônibus, criou uma pequena cratera no chão e destruiu janelas de lojas e hotéis nos arredores. A polícia bloqueou o acesso ao local da explosão e impedia que pessoas, com exceção dos feridos, entrassem no hospital, temendo novos ataques. No início desta semana, um terrorista entrou dentro de uma ambulância com feridos de um outro ataque e fez um ataque em um hospital na cidade de Baqouba.

Jawad al-Garaawi, do conselho provincial de Najaf, afirmou que o carro-bomba matou um iraquiano e dois iranianos, além de ter ferido outras 50 pessoas. O diretor Radwan al-Kindi, do Departamento de Saúde de Najaf, confirmou as mortes.

Localizada a 160 quilômetros ao sul de Bagdá, Najaf abriga o templo sagrado de Imam Ali, onde ocorreu a explosão deste sábado e atrai peregrinações de xiitas, incluindo iranianos.

O ataque ocorre um dia antes de os iraquianos votarem na eleição parlamentar que definirá quem governará o país e lidará com as profundas tensões sectárias, em um momento em que os EUA tentam retirar suas tropas do território iraquiano até o final do próximo ano.

Enquanto a violência tem diminuído no Iraque desde os conflitos de 2006 e 2007, muitos temem que a eleição amplifique os ataques.

Na sexta-feira, um chefe de um grupo ligado à Al-Qaeda alertou que qualquer pessoa que se aventurasse a sair entre as 6 horas da manhã e 18 horas no domingo estaria se expondo à fúria de Alá e a todas as formas de armas dos guerreiros sagrados islâmicos. (Patricia Lara)

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