Um carro-bomba explodiu na manhã desta segunda-feira (9) em um centro empresarial nas proximidades de Madri. O principal suspeito pelo atentado é o grupo ETA (Pátria Basca e Liberdade). Nenhuma pessoa se feriu na explosão. A bomba foi detonada no parque de Campo de Las Naciones. Pouco antes, a Cruz Vermelha recebeu um telefonema de advertência sobre o ataque, no qual a fonte anônima dizia falar em nome do ETA. Segundo a polícia, a explosão ocorreu abaixo de uma ponte, pela qual passa habitualmente o tráfego ferroviário. Foram registrados prejuízos nos edifícios próximos, como a quebra de vidros, e também na ponte.
Caso confirmado que o ETA é o responsável, é o primeiro atentado do grupo separatista basco na capital espanhola desde a explosão de uma bomba no aeroporto de Madri, em 2006. Naquele ataque morreram dois equatorianos. O ataque de hoje ocorre depois que o Supremo Tribunal espanhol decidiu que dois partidos bascos estão proibidos de participar das próximas eleições regionais, em 1º de março, por supostos vínculos com o ETA. O ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, avaliou que a violência pode ser uma reação do ETA ao caso.
O carro-bomba estava bastante próximo da Ferrovial, empresa que participa da construção de uma linha férrea de alta velocidade entre o País Basco e o centro da Espanha. O ETA se mostra fortemente contrário ao projeto. Recentemente, o grupo separatista assumiu a autoria do assassinato de Ignacio Uria, de 70 anos, em dezembro. O empresário basco estava envolvido na construção dessa ferrovia. O ETA já matou mais de 825 pessoas, desde 1968.