A explosão de um carro-bomba matou 17 pessoas e deixou dezenas de feridos na manhã deste sábado (27) em Damasco. O ataque terrorista é o primeiro a alvejar civis na Síria em mais de uma década. No entanto, é o terceiro atentado deste ano no país. Os outros tiveram como alvo o comandante militar do Hezbollah e um general sírio ligado ao grupo xiita libanês. A ação ocorreu perto de um complexo militar sírio e de Sit Zeinab, um local sagrado para muçulmanos xiitas em Damasco que costuma receber milhares de peregrinos iranianos e iraquianos anualmente. O carro carregava 200 quilos de explosivos e não estava claro se havia um suicida dentro do veículo.
Nenhum grupo havia reivindicado a autoria do atentado. Nem o governo sírio de Bashar Assad levantou suspeitas sobre alguma organização. O ministro do Interior, Bassem Abdel Majeed, disse que não acusaria ninguém. Os Estados Unidos, que consideram a Síria um país inimigo, condenaram o atentado e ofereceram condolências às famílias. Nos últimos anos, a Síria estava isolada no cenário internacional e acabou se aliando ao Irã. Mas recentemente, em uma guinada, Assad aproximou-se da França e estabeleceu canais indiretos de negociação com Israel, apesar de manter a estreita ligação com Teerã.
No vizinho Líbano, o grupo radical sunita Jund al-Sham, ligado à Al Qaeda, era apontado como o principal suspeito de estar por trás da ação. Há poucos dias, a Síria mobilizou cerca de 10 mil militares para a sua fronteira com o norte do Líbano. Na cidade de Trípoli, que se localiza nessa região, choques entre radicais sunitas e alauítas vêm ocorrendo há alguns meses. O regime sírio de Assad é controlado por Alauítas.