O militante venezuelano Carlos, o Chacal, voltou ao tribunal de Paris nesta segunda-feira para recorrer de sua condenação por uma série de ataques a bomba ocorridos na França 30 anos atrás.

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O julgamento teve início com Carlos, cujo nome verdadeiro é Ilich Ramirez Sanchez, comparecendo ao tribunal sem seus advogados de defesa. Carlos afirmou ter pedido a eles que não participassem da sessão.

O militante de 63 anos, que está preso na França desde sua captura no Sudão em 1994, foi condenado em 2011 por ter planejado os ataques a dois trens de passageiros em 1982 e 1983, a uma estação de trem em Marselha e ao escritório de uma revista líbia em Paris.

Carlos, que já cumpria uma sentença de prisão perpétua, foi condenado a mais uma por sua participação nos ataques que mataram 11 pessoas e deixaram cerca de 150 feridas.

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Acredita-se que os ataques de 1982 e 1983 na França tenham sido realizados como retaliação pela detenção de dois membros de um grupo militante que Carlos coordenava, em apoio à polícia secreta da Alemanha Oriental, a Stasi.

A promotoria francesa lutou para assegurar a condenação até a divulgação dos arquivos secretos da Stasi nos anos posteriores ao colapso do comunismo e à reunificação alemã. O centro da apelação de Carlos será a afirmação de que as provas obtidas a partir desses arquivos são duvidosas.

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“Eu proibi meus advogados de virem me defender”, disse Carlos no início do julgamento, afirmando que as autoridades venezuelanas não concordariam em cobrir os custos. “Não tenho nada contra o tribunal…não tenho intenção de sabotar o julgamento”, disse ele, pedindo a indicação de advogados de defesa indicados pela corte.

Em seu primeiro julgamento, Carlos negou qualquer envolvimento nos ataques de 1982 e 1983, ao mesmo tempo em que fez uma série de pronunciamentos ambíguos sobre seu papel como “revolucionário profissional” na guerra pela libertação da Palestina e em outras causas.

Nas vária entrevistas que deu ao longo dos anos, ele assumiu a responsabilidade ou o envolvimento em dezenas de ataques nos quais centenas de pessoas perderam suas vidas.

Após anos escapando dos serviços de segurança ocidentais, ele foi finalmente preso no Sudão em 1994 e transferido para a França, onde foi condenado três anos mais parte pela morte, em 1975, de dois agentes dos serviços de segurança franceses e de um suposto informante, em Paris. As informações são da Dow Jones.