O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou ontem de “chantagem política” um relatório divulgado pelo Congresso dos Estados Unidos que descreve o nascimento de um “narcoestado” no país venezuelano. Caracas ainda exigiu que Washington acabe com essa “prática intolerante” para que as relações entre os dois países possam ser normalizadas. “Este, assim como outros relatórios publicados por outras agências norte-americanas, são ferramentas de chantagem política sem objetividade científica, cujo único fim é impulsionar a ingerência de Washington no restante do mundo”, divulgou, em nota, a chancelaria do país.
“O GAO (Escritório Geral de Contabilidade dos EUA) faria melhor uso do dinheiro do contribuinte norte-americano concentrando seus esforços em desmantelar as redes de corrupção internas que fazem desse país um paraíso para os narcotraficantes.” De acordo com o documento, a Venezuela se transformou no principal centro de distribuição da cocaína produzida na Colômbia e no maior porto de embarque da droga para os EUA e a Espanha.
O documento informa que, de 2004 a 2007, a quantidade de cocaína produzida na Colômbia que é embarcada na Venezuela aumentou mais de quatro vezes, passando de 60 toneladas por ano para 260 toneladas. As ações conjuntas entre Caracas e Washington terminaram em 2005, quando Chávez suspendeu a cooperação com a agência antidrogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês) acusando seus funcionários de espionagem.