Henrique Capriles, duas vezes candidato à presidência da Venezuela, instou neste sábado partidários opositores a manterem a pressão para que o governo venezuelano resolva os problemas do país, que vão desde o aumento da criminalidade à inflação galopante de 56% no país rico em petróleo. Venezuelanos de ambos os lados políticos do país foram às ruas do país hoje para protestar.
“Se você (Maduro) não pode, então é hora de ir”, afirmou Capriles para uma multidão de pessoas, muitos delas vestidas de brancos e com bonés de beisebol vermelhos azuis e amarelos, as cores da bandeira da Venezuela.
Capriles, que criticou frequentemente a estratégia do líder da oposição Leopoldo Lopez, de tomar as ruas sem muito apoio, além de base de classe média da oposição, minimizou essas diferenças no sábado. Recordando o seu próprio confinamento de quatro meses em 2002 na mesma prisão militar onde Lopez está atualmente, ele prometeu lutar para a libertação do líder da oposição.
“Nós podemos ter nossas diferenças, mas há uma coisa muito maior que nós todos, que nos une, que é a Venezuela”, afirmou Capriles para manifestantes que tomaram as ruas de Caracas neste sábado. A esposa de Lopez, Lilian Tintori, estava ao lado dele durante o discurso.
Após a manifestação da oposição terminar no final da tarde, cerca 1.000 retardatários ergueram barricadas de lixo e outros detritos e atiraram pedras e garrafas contra a polícia e a Guarda Nacional. As tropas responderam com uma saraivada de bombas de gás lacrimogêneo para impedir estudantes de bloquearem o tráfego de uma rodovia. Não houve relatos de feridos.
Em outras partes da capital, partidários do governo tomaram uma grande avenida em um marcha em direção ao palácio presidencial acompanhada por caminhões de som, música alta e slogans. A multidão, composta principalmente de mulheres, dançava na rua com música ao vivo e carregavam fotos do falecido presidente Hugo Chávez, enquanto vendedores comercializavam calendários com imagens do líder venezuelano.
A primeira-dama Cilia Flores pediu que os partidários ficassem alertas contra tentativas da oposição de incitar a violência nos próximos dias a fim de criar condições para uma tomada de poder, como o ocorrido na Ucrânia. “A Venezuela não é a Ucrânia”, afirmou Flores, que raramente fala em público, mas é uma conselheira próxima a seu marido, para uma multidão de mulheres. “Os fascistas de direita não serão capazes de impor-se.”
Maduro disse que ele não retirará as forças de segurança das ruas até que a oposição abandone a violência e aceite o convite para o diálogo. Fonte: Associated Press.