Candidatos à presidência do Paraguai aguardam o “Grande Dia”

O ex-bispo Fernando Lugo e o general Lino Oviedo, candidatos à presidência do Paraguai, encerraram nessa quinta-feira (17) suas respectivas campanhas para as eleições de domingo com comícios e a promessa de exercer um governo que combata a corrupção.

Lugo, líder da coalizão opositora Aliança Patriótica para a Mudança (APC), realizou o ato de encerramento da campanha na Praça do Congresso, frente uma entusiasmada multidão estimada entre 50 e 60 mil pessoas.

O ex-bispo estava acompanhado pelo candidato a vice-presidente, Federico Franco, do Partido Liberal, principal partido da oposição e que integra a APC junto a outros partidos opositores e movimentos sociais de esquerda.

Em resposta ao presidente Nicanor Duarte Frutos, Franco ridicularizou em seu discurso a denúncia do mandatário de que ocorreram atos de violência nos dias dos comícios, ao afirmar que "a única bomba que irá explodir este domingo serão as urnas carregadas de votos".

Em meio aos gritos e refrões de apoio e com uma praça cheia de bandeiras, Lugo começou seu discurso anunciando uma notícia "boa" e outra "má".

"A má é que os ladrões da pátria, os quais seqüestraram a ilusão e a esperança do povo, estão ainda entre nós, e a boa notícia é que somente lhes restam três dias em seus postos", disse o candidato.

Lugo prometeu às mães que emigraram para outros países em busca de trabalho que voltarão ao país para abraçar a seus filhos.

Seu discurso foi constantemente interrompido com gritos de "Lugo presidente" enquanto o candidato recordava especialmente aos jovens, aos indígenas e a outros setores geralmente marginalizados, que estes serão protagonistas em seu futuro governo.

Além disso, Lugo fez menção à "campanha suja" empreendida contra ele pelo Partido Colorado, assegurando, no entanto, que não tem nenhum tipo de rancor.

O candidato saudou especialmente os seguidores do Partido Colorado que aderiram à Aliança e disse que eles são "os que vão substituir os que seqüestram os ideais desse partido", em alusão às atuais autoridades coloradas.

Frente o delírio dos partidários, Lugo convidou finalmente todos a comparecer "aqui mesmo no dia 15 de agosto (dia da posse presidencial, ndr) quando vamos jurar com Federico fidelidade a este povo, à sua história e à defesa da soberania nacional".

Oviedo, por sua vez, chegou com uma larga caravana de carros até o Panteón Nacional de los Héroes, no centro de Assunção, onde assinou uma "ata de compromisso de bom governo" e onde anunciou que porá fim "ao câncer da corrupção" que afeta o país.

Partindo do Panteón de los Héroes, Oviedo liderou a caravana, que cobriu cerca de cinco quilômetros, até a cidade de Caacupé, 45 quilômetros a leste de Assunção, onde assistiu a uma missa no Santuário da virgem de Caacupé.

Oviedo estava acompanhado no Panteón Nacional de los Heróes do almirante Eduardo González Petir e do brigadeiro Dionísio Cabello, dois dos militares que tiveram ativa participação na derrocada do ditador Alfredo Stroessner em 1989, episódio em que Oviedo atribui a si um papel de protagonista.

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