O presidente venezuelano, Hugo Chávez, intrometeu-se novamente na campanha eleitoral no Peru. Chávez qualificou o candidato nacionalista à presidência, Ollanta, Humala como um “bom soldado”. Os comentários foram publicados na capa de vários jornais peruanos hoje. Chávez havia apoiado Humala na corrida presidencial de 2006, quando o esquerdista foi derrotado por Alan García, atual presidente do Peru.

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O primeiro turno da disputa presidencial ocorre em 10 de abril. “Eu conheço Ollanta e nós nos falamos em várias ocasiões. Eu acredito que ele é um bom soldado peruano”, afirmou Chávez em entrevista coletiva no Uruguai, ontem. “Há um partido ali agora, um projeto. O povo peruano saberá em quem votar”.

Nas últimas pesquisas, Humala pulou para o primeiro lugar. A novidade gerou temores nos mercados financeiros de que ele possa aumentar a participação estatal na economia. Há 10 candidatos na disputa. As pesquisas mostram que cinco deles têm uma chance de passar para o segundo turno, que ocorre em 5 de junho, reunindo os dois mais votados.

Um militar reformado, Humala, de 48 anos, tenta se afastar de Chávez, apresentando-se como mais moderado. “Eu quero ser enfático e claro em dizer que nós rejeitamos o apoio de qualquer governo estrangeiro. Nós vamos resolver as coisas durante a campanha aqui entre os peruanos”, ressaltou Humala. Em 2005, Chávez apoiou fortemente Humala, mas isso gerou preocupação em muitos peruanos, temendo políticas socialistas.

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Ontem, os opositores de Humala rapidamente comentaram as declarações de Chávez. O candidato e ex-presidente Alejandro Toledo, que já teve problemas no passado com Chávez, escreveu na rede de microblogs Twitter que Chávez não deveria interferir. O ex-prefeito de Lima Luis Castañeda disse hoje, em entrevista à televisão, acreditar que Humala não havia moderado sua posição linha-dura apresentada em 2006.

As pesquisas mostram Humala, Toledo e a congressista Keiko Fujimori liderando a corrida presidencial. Em 2006, García derrotou Humala no segundo turno. Pela lei peruana, um político não pode ficar no cargo por dois mandatos consecutivos, o que impede que García concorra. As informações são da Dow Jones.

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