O presidente Néstor Kirchner e sua candidata oficial à sucessão, a primeira-dama e senadora Cristina Fernández, sofreram ontem um revés às vésperas das eleições presidenciais de outubro. O candidato da Frente Progressista Cívico e Social pela Província de Santa Fe, Hermes Binner, interrompeu os 24 anos de governo do Partido Justicialista e venceu a eleição por 48,6% dos votos. Rafael Bielsa, candidato de Kirchner, obteve 38,8% dos votos. Pela primeira vez na história da Argentina, um socialista será governador.
A vitória de Binner fere o governo, que tinha abraçado a campanha de Bielsa, ex-chanceler de Kirchner. Por outro lado, Kirchner também corre o risco de outro revés na eleição de mais um reduto político: Córdoba, onde também foram realizadas eleições para governador ontem.
O justicialista Juan Schiaretti, apoiado pelo governador José Manuel de la Sota e pelos Kirchner, superava por estreita margem o prefeito da capital, Luis Juez, da Alianza Frente Cívico. Na apuração que ainda estava sendo realizada na manhã hoje, os dois candidatos brigavam voto por voto:, com 37,26% a 35,74% em favor de Schiaretti.
Das 12 províncias que até agora realizaram eleições para prefeitos e governadores, o governo venceu em seis. No entanto, o chamado "kirchnerismo" puro (seguidores de Kirchner) ganhou somente três eleições: em Entre Ríos, San Juan e Tucumán. Nas demais províncias, Catamarca, Río Negro e La Rioja, Kirchner comemorou a vitória de alianças.
Por outro lado, o presidente sofreu derrotas contundentes na Capital Federal, em Tierra del Fuego, Neuquén e San Luis. Em duas semanas haverá duas sabatinas mais em Chaco e Chubut, antes do exame final de 28 de outubro, quando Cristina Fernandez de Kirchner poderia sair vitoriosa em um primeiro turno, segundo as pesquisas de opinião realizadas até o momento.
As mais diferentes pesquisas de intenção de votos dão à Cristina entre 41 a 45% de preferência do eleitorado, bem distante da segunda colocada, a deputada Elisa Carrió, da oposição, que tem de 11% a 16%.