Porfírio Lobo, o candidato a quem as pesquisas dão mais possibilidades de vencer as eleições presidenciais do domingo em Honduras, afirmou que o presidente deposto José Manuel Zelaya será convidado a um diálogo nacional de reconciliação e aplaudiu os presidentes estrangeiros que decidiram apoiar os resultados do sufrágio do dia 29. Entre esses mandatários estão os presidentes dos Estados Unidos, Colômbia, Panamá, Peru e Costa Rica.
Lobo, que nas últimas semanas tem proclamado a necessidade de convocar todos os setores sociais hondurenhos a um diálogo para restaurar a tranquilidade no país, manifestou numa entrevista à “Associated Press” que “se você quiser trazer paz a Honduras, precisa atrair Zelaya para o diálogo”. “Eu sei que em algum momento precisaremos conversar com Zelaya. Não existe nenhum problema em estarmos todos juntos, incluído Zelaya”, afirmou o candidato conservador.
Lobo não quis dizer se dará um perdão presidencial a Zelaya mas assegurou que o presidente deposto deve sair da embaixada brasileira para dialogar. Enquanto isso, Zelaya enviou uma carta à Organização dos Estados Americanos (OEA), na qual pede à organização que instale um tribunal para verificar se as acusações feitas contra ele pelo governo de facto de Honduras têm fundamento ou são de caráter político.
Zelaya está refugiado desde o dia 21 de setembro na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, quando regressou ao país de forma inesperada e misteriosa. A Suprema Corte de Honduras deu um parecer, ontem, de que existem ordens de prisão e captura contra Zelaya e que por isso ele não deve ser restaurado ao cargo de presidente. Zelaya foi derrubado por um golpe de Estado em 28 de junho. No dia 2 de dezembro, o Congresso hondurenho votará contra ou a favor da restituição de Zelaya ao cargo.