O ex-negociador nuclear do Irã e candidato nas próximas eleições presidenciais, Hasan Rowhani, disse neste sábado, 8, que, se eleito, vai restaurar a economia do país e reverter a política externa adotada por Mahmoud Ahmadinejad. Em comício de campanha em Teerã, ele afirmou que sua prioridade na política externa será “reconciliar” o país com o mundo externo e distanciar o Irã do estilo combativo e linha-dura de Ahmadinejad.
O presidente iraniano não tem controle sobre questões centrais como a política nuclear, mas pode exercer influência se tiver uma relação próxima com o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Rowhani culpou Ahmadinejad pela debilitada economia do país, dizendo que sua má gestão e suas políticas rigorosas trouxeram sanções contra o Irã. Ele é um dos oito candidatos aprovados pelo Conselho dos Guardiões, órgão que supervisiona as eleições presidenciais, para concorrer em 14 de junho ao cargo de sucessor de Ahmadinejad.
“Nós não deixaremos que os últimos oito anos continuem. Eles trouxeram sanções contra o país. Ainda assim, eles se orgulham disso”, afirmou a uma multidão. “Eu buscarei uma política de reconciliação e paz. Nós iremos nos reconciliar com o mundo.” O Irã sofreu sanções por parte da Organização das Nações Unidas (ONU) por se recusar a suspender o programa de enriquecimento de urânio, o que reduziu a receita do país.
Rowhani revelou que uma de suas prioridades será melhorar a economia iraniana. “Meu plano é salvar a economia do país”, disse o candidato. A moeda local, o rial, se desvalorizou mais de 50% no último ano. A inflação permanece em mais de 30%, enquanto a taxa de desemprego supera 14%. “Destravaremos todas as fechaduras que foram colocadas nas vidas das pessoas nos últimos oito anos”, afirmou ele, segurando uma chave em das suas mãos e uma fita roxa na outra. “Eu vou devolver a dignidade nacional e o orgulho dos iranianos”, disse.
Os principais rivais de Rowhani são candidatos conservadores apoiados por clérigos linha-dura, incluindo o principal negociador nuclear, Saeed Jalili, o prefeito de Teerã, Mohammad Bagher Qalibaf, e o ex-ministro de Relações Exteriores, Ali Akbar Velayati.