Homens armados mataram o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI) ao governo do Estado de Tamaulipas, Rodolfo Torre Cantú. O ataque, possivelmente realizado pelo crime organizado, afeta o clima político das eleições que acontecem no próximo domingo em vários Estados mexicanos.

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Torre foi assassinado hoje com outras quarto pessoas nas proximidades de Ciudad Victoria, capital de Tamaulipas, no norte do país. Este é o primeiro crime contra um candidato a governador na história recente do México.

O secretário de governo, Fernando Gómez Mont, insinuou que o narcotráfico estaria envolvido, ao afirmar que o homicídio “referenda a necessidade de combater o crime organizado em todas as suas frentes”.

Em 1994, o então candidato à presidência Luis Donaldo Colosio foi assassinado, embora nesse caso não tenha havido envolvimento do crime organizado.

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Torre aparecida como o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 4 de julho. Ele concorria pela coalizão encabeçada pelo PRI, da qual participavam os partidos Verde Ecologista e Nova Aliança.

Repercussão

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O PRI condenou o assassinato de seu candidato e exigiu das autoridades uma “rápida investigação” do crime, enquanto o governista Partido da Ação Nacional (PAN) anunciou a suspensão das campanhas de seus candidatos em Tamaulipas. “Este lamentável fato ocorreu a seis dias das eleições e inevitavelmente contribuirá para turvar este processo que vemos como a via adequada para alcançar a plenitude democrática, contrária ao que preferem a violência”, disse a líder nacional do PRI, Beatriz Paredes, em comunicado. No domingo serão realizadas eleições para os governos de 12 dos 31 Estados mexicanos, dentre eles Tamaulipas.

O PRI afirmou que o crime ocorreu quando Torre se dirigia ao aeroporto de Ciudad Victori. Ele estava acompanhado do deputado Enrique Blackmore Smer e dos ativistas Alejandro Martínez e Rubén López.

Torre, que tinha 46 anos, foi secretário da Saúde de Tamaulipas entre 2005 e 2009, quando foi eleito para o Congresso do Estado.

Tamaulipas, Estado que faz fronteira com os Estados Unidos, é um dos locais mais afetados pela violência do narcotráfico que já matou mais de 22.700 pessoas desde que o presidente Felipe Calderón lançou uma ofensiva contra o crime organizado em dezembro de 2006. As autoridades atribuem a crescente violência em Tamaulipas a uma disputa entre o Cartel do Golfo e seus antigos aliados, os Zetas.