Passada a eleição presidencial no México, o Canadá aumentou a pressão para acelerar a renegociação do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). A ministra de Relações Exteriores canadense, Chrystia Freeland, disse nesta terça-feira que conversou com o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, seis vezes na semana passada e que deseja que as negociações do Nafta acelerem ainda mais durante o verão no Hemisfério Norte.
O presidente dos EUA, Donald Trump, parece não ter pressa de assinar um novo acordo do Nafta. Em entrevista à rede de TV americana Fox news no último domingo, ele afirmou que estava resistindo até depois das eleições de meio de mandato para conseguir um acordo melhor para os EUA. O Canadá se esforça para retomar as negociações, que estão paralisadas, no momento em que Andrés Manuel López Obrador foi eleito o próximo presidente do México. Ele disse que apoia a continuidade da renegociação do Nafta e que quer sua própria equipe de especialistas participando das conversas.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, conversou com López Obrador por telefone. Os dois discutiram “relações econômicas e comerciais mutuamente benéficas entre os dois países”, disse o escritório de Trudeau em um comunicado. Os pedidos canadenses para as negociações também ocorre no momento em que Ottawa impôs tarifas sobre produtos americanos após Washington implementar barreiras sobre o aço e o alumínio canadenses.
Trump reclamou publicamente sobre as barreiras comerciais de gerenciamento de suprimentos do Canadá, particularmente em laticínios, aves e ovos. Na segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o Canadá “tirou proveito” do agronegócio dos EUA. A associação de produtores de laticínios de Quebec discordou e disse que a superprodução americana é o verdadeiro problema dos EUA com as tarifas canadenses. Para a associação, eliminar gradualmente as tarifas de laticínios canadenses “destruiria a produção de laticínios do Canadá sem realmente resolver os problemas de produção dos EUA”. Fonte: Associated Press.