Campesinos leais a Evo cercam cidade de Santa Cruz

Milhares de campesinos leais ao presidente Evo Morales cercaram nesta terça-feira (23) a cidade de Santa Cruz, principal bastião dos oposicionistas bolivianos. Enquanto isso, as negociações que buscam pacificar o país seguem emperradas, após uma onda de violência política deixar 15 mortos no início do mês. Armados de paus, estilingues, dinamite e algumas escopetas, os campesinos anunciaram que marcharão até Santa Cruz para pressionar os líderes regionais opositores, disse o dirigente Fidel Surco. Os manifestantes apóiam o projeto constitucional impulsionado por Morales.

Os governadores de Santa Cruz, Beni e Tarija se recusaram a firmar o documento se não houvesse modificações em outros capítulos do texto. Morales se recusa a fazer isso, pois argumenta que seria “desconhecer o trabalho da Assembléia Constituinte”. Para o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, os governistas tentam criar um clima de tensão para obrigar o bloco opositor a negociar. Costas assegurou que não procurará um enfrentamento com os rivais políticos.

Há duas semanas, grupos opositores ocuparam e saquearam escritórios do governo em Santa Cruz, em uma onda de protestos que se estendeu por quatro regiões autonomistas. O bloco opositor de quatro governadores se reduziu a três, após o governador de Pando, Leopoldo Fernández, ter a prisão decretada. Fernández foi acusado de instigar uma matança de campesinos em seu departamento (Estado), o que ele nega. As divergências entre governo e oposição se centram, cada vez mais, no processo de autonomia impulsionado pelo governo. Os oposicionistas se recusam a aceitar o texto, que prevê entre outros pontos a reeleição presidencial.

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