A troca de insultos – iniciada durante o fim de semana pela campanha do republicano John McCain – ganhou força nesta segunda-feira (6) na corrida presidencial dos Estados Unidos. A campanha do democrata Barack Obama ressuscitou as ligações do rival com um escândalo financeiro que lhe rendeu uma reprimenda dos colegas de Senado, duas décadas atrás.

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Os republicanos acusaram Obama de ter relações com um radical da década de 1960. A campanha democrata reagiu, com um “documentário” de 13 minutos sobre a relação de McCain e o magnata Charles Keating. Na época McCain foi considerado um dos “cinco de Keating”, parlamentares investigados em um painel do Senado por supostamente buscarem vantagens para Keating. O vídeo qualifica o episódio como um olhar sobre o “passado, presente e futuro econômico de McCain”.

A grave crise financeira tem derrubado o republicano de 72 anos nas pesquisas, semanas antes das eleições presidenciais de 4 de novembro. A campanha de McCain dá sinais de que pretende mudar o foco, para retomar espaço.

A escalada dos ataques começou no sábado (4), quando a candidata à vice Sarah Palin disse em três oportunidades que Obama vê os Estados Unidos de modo tão errado que anda “com terroristas que atacariam seu próprio país”. Os comentários referiam-se à ligação de Obama com Bill Ayers, um radical na década de 1960. Ayers é um dos fundadores do Weather Underground, grupo acusado por atentados ainda quando Obama era uma criança. Hoje, Sarah voltou a falar da ligação de Obama com um “ex-terrorista”, durante um comício na Flórida.

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Obama rechaçou as atividades radicais do passado de Ayers, afirmando que os dois não são próximos. Obama e Ayers participaram da mesma instituição de caridade e moram perto em Chicago. Ayers também organizou um evento em uma campanha de Obama no meio da década de 1990.

O diretor de comunicação da campanha de Obama, Robert Gibbs, acusou os rivais de tentarem mudar o foco ao trazer esse fato ao debate. Gibbs lembrou que Obama tinha apenas oito anos quando os atentados ocorreram.

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Já o ataque dos democratas se refere a um episódio ocorrido poucos meses após McCain iniciar sua carreira no Senado, no fim da década de 1980. O senador por Arizona participou de dois encontros com funcionários encarregados da regulação bancária a pedido de Keating, seu amigo. Keating foi depois condenado por fraude. McCain qualificou o caso como “o pior erro de minha vida”. Um painel do Senado concluiu que McCain teve um papel secundário no escândalo. Porém, o senador foi censurado pelo seu “parco julgamento”.