Um caminhão atropelou uma multidão de pedestres que participavam dos festejos da Festa Nacional de 14 de Julho em Nice, no sul da França. Segundo a rede de TV BFM, ao menos 75 pessoas morreram ontem até o fechamento desta edição. Pessoas que estavam no local relataram tiros entre ocupantes do caminhão e a polícia. O condutor do caminhão, um tunisiano com cidadania francesa, foi morto em confronto com a polícia. Mohamed Lahouaiej Bouhle seria o nome do homem.

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A administração regional de Alpes-Maritimes, da qual Nice é a capital, confirmou a realização de um atentado por atropelamento na Promenade des Anglais, no centro da cidade. As autoridades também orientaram a população a se manter em suas casas, interrompendo os festejos. O ministério também informou que há “várias crianças” entre as vítimas fatais do ataque. 

As primeiras imagens distribuídas por redes sociais mostram corpos aglomerados em plena avenida e pânico em ruas adjacentes.

Um brasileiro radicado na França, Anderson Happel, está entre os feridos, mas não corre risco. Segundo e embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, cônsul-geral do Brasil na França, não há informações até aqui sobre outros brasileiros entre os feridos e mortos, mas o monitoramento continua, já que há vítimas ainda não identificadas e desaparecidos. “Estamos em contato constante com a célula de crise do Ministério das Relações Exteriores da França e até o momento não há registro de cidadãos brasileiros vitimados. Tampouco recebemos contatos de brasileiros na região de Nice”, confirmou ao Estado a embaixadora.

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Os mortos e feridos foram atingidos por um motorista, que invadiu uma área fechada à circulação de veículos e acelerou um caminhão de mais de 15 toneladas contra o público, deixando mortos e feridos por um trajeto de mais de dois quilômetros. Ao término do percurso, abordado pela polícia, o motorista foi abatido pelas forças de ordem, após troca de tiros. O terrorista estava armado de uma pistola Browning 7.65, mas outros armamentos encontrados no interior do veículo, entre os quais fuzil e granadas, eram fictícias.

Uma batida foi realizada pelas autoridades na residência do criminoso. Segundo Pólo Antiterrorismo do Ministério Público de Paris, que coordena as investigações, o autor do crime não era fichado pelos serviços secretos por terrorismo ou radicalismo. Por outro lado tinha antecedentes por violência a mão armada, roubo e agressão, além de agressão conjugal.

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Em Paris, uma reunião do Conselho de Defesa, órgão de interministerial coordenado pelo presidente francês, François Hollande, foi realizada nessa manhã. Na saída, o primeiro-ministro, Manuel Valls, confirmou que um projeto de lei será enviado ao Parlamento para prolongar o Estado de Emergência, o regime de medidas de exceção para combate ao terrorismo, será prolongado por mais três meses – ele vigoraria apenas mais duas semanas.

“A França mais uma vez foi atingida por um ano terrorista covarde”, afirmou Valls. “O terrorismo, nós advertimos há um bom tempo, é uma ameaça que pesa há muito na França, e que ainda pesara por bastante tempo. Estamos enfrentando uma guerra.”

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