A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos rejeitou hoje uma resolução que tentava retirar as forças do país da ação militar internacional na Líbia. Líderes dos dois partidos conseguiram suplantar um grupo de deputados irritado com o fato de o governo Barack Obama ter engajado forças norte-americanas na ação sem autorização do Congresso.
Por 148 votos a 265, a Câmara votou contra a resolução, apoiada por uma rara aliança de conservadores e liberais contrários à guerra. Por 268 votos a 145, a Câmara aprovou uma medida alternativa, apresentada pelo presidente da Casa, John Boehner (Partido Republicano, Ohio), que exige que Obama faça um relatório, no prazo de 14 dias, a respeito dos interesses de segurança nacional dos Estados Unidos.
A alternativa de Boehner foi uma tentativa de retirar o apoio à resolução original e dar aos legisladores outra forma de expressarem suas frustrações sobre a ação militar na Líbia. Mas mesmo assim a intervenção na país africano ameaça pairar sobre a agenda num momento no qual o governo Obama quer que o Congresso se concentre na elevação do limite de endividamento.
As questões são interligadas, porque o Congresso está determinando onde serão feitos os cortes de gastos e cada despesa, incluindo a ação aérea dos Estados Unidos na Líbia, é colocada na balança. “Nós temos de parar de subsidiar o resto do mundo, particularmente agora”, disse o deputado democrata Barney Frank. “Não podemos reduzir nosso déficit se continuarmos a gastar dinheiro de forma promíscua”.
A resolução de Boehner proíbe tropas norte-americanas em solo na Líbia. Embora Obama tenha prometido não enviar tropas em terra – trata-se de uma campanha principalmente aérea – os congressistas querem estabelecer limites. O projeto que força a saída não deve ser aprovado no Senado, onde importantes senadores republicanos e democratas apoiam o envolvimento dos Estados Unidos na questão líbia. As informações são da Dow Jones.