Câmara Baixa e Senado italianos elegem líderes

Os parlamentares da Itália elegeram líderes de centro-esquerda para a Câmara Baixa e o Senado, abrindo caminho para difíceis negociações para a formação de um novo governo. Normalmente um procedimento de rotina para um novo Parlamento, o preenchimento das posições desta vez exigiu quatro rodadas de votação nas duas câmaras, o que destaca o impasse político gerado no país pelas eleições de fevereiro, que não deram a nenhum partido uma vitória clara.

Laura Boldrini, ex-porta-voz do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados, foi eleita para liderar a Câmara Baixa, enquanto o promotor antimáfia Piero Grasso foi eleito para liderar o Senado. Boldrini conquistou 327 votos e garantiu a maioria dos 630 assentos da Câmara Baixa e Grasso venceu o candidato de centro-direita Renato Schifani com 137 votos contra 117.

“O país mais do que nunca precisa de respostas rápidas e eficientes para a crise social, econômica e política que estamos passando”, declarou Grasso. O Parlamento se reuniu na sexta-feira pela primeira vez desde a eleição, em fevereiro, mas nenhum candidato ganhou votos suficientes para garantir uma maioria.

Na segunda-feira cada partido e coalizão terá de selecionar líderes para a convenção política, o último passo antes de o presidente italiano, Giorgio Napolitano, poder abrir as negociações para a formação de um governo, o que é esperado para a próxima semana.

Os investidores estão atentos às sessões no Parlamento em busca de sinais sobre o que esperar da terceira maior economia da zona do euro, cuja dívida atingiu um novo recorde, de 2,0 trilhões de euros (US$ 2,6 trilhões), em janeiro.

O partido do líder da centro-esquerda Pier Luigi Bersani terminou em primeiro lugar nas eleições de fevereiro e conseguiu a maioria da Câmara Baixa, mas não do Senado. Bersani descartou uma aliança com as forças de centro-direita do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que ficou em segundo lugar na votação.

O impasse político levantou a possibilidade de realização de novas eleições nos próximos meses, o que é ruim para a Itália, que vem se esforçando para aprovar reformas necessárias para sair da atual crise econômica. As informações são da Associated Press.

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