Incêndios destruíram mais de 20 casas enquanto centenas de milhares de outras ficaram sem energia por causa de uma onda de calor recorde que já provocou mortes na parte sul da Austrália. Ao menos seis pessoas morreram de estresse térmico em Melbourne, a segunda maior cidade australiana, três dias antes de a temperatura ter diminuído para 31 graus Celsius neste sábado, informou o vice-comissário da Polícia do Estado de Victoria, Kieran Walshe.
Na sexta-feira, Melbourne registrou o terceiro dia seguido de temperatura acima dos 43 graus Celsius, pela primeira vez desde que os registros começaram, em 1855. Autoridades estatais da Austrália do Sul disseram neste sábado que o calor provavelmente causou algumas das recentes 22 mortes súbitas na região. Ainda não está claro quantas exatamente foram provocadas pelo calor, disse o ministro da Saúde estatal, John Hill.
O uso pesado de ar condicionado provocou um colapso na rede elétrica de Melbourne na sexta-feira à noite, deixando 500 mil casas e empresas sem luz e interrompendo a linha de trem elétrico da cidade. “Esses eventos são sem precedentes”, disse a ministra de Recursos e Energia do Estado de Victoria, Peter Batchelor, neste sábado. “Em alguns aspectos, não são diferentes de um desastre natural que impacta uma comunidade, como uma enchente ou tornado.”
Tanto Melbourne, capital de Victoria, quanto a capital da Austrália do Sul, Adelaide, tiveram blecautes localizados nos últimos dias, uma vez que os fornecedores de energia compartilham eletricidade para lidar com a demanda sem precedentes. Serviços de ambulância nas duas cidades relataram aumento nas chamadas de emergência devido ao calor.
Em Victoria, ao menos 23 casas foram destruídas na sexta-feira à noite e no sábado por incêndios que queimavam 6.300 hectares de florestas e terras agrícolas, disse o porta-voz do Corpo de Bombeiros do país, Paul Swan. Cerca de 400 bombeiros e 12 aviões com jatos de água continuavam combatendo as chamas, acrescentou. As informações são da Associated Press.